"A cabeça pensa onde os pés pisam" Paulo Freire

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

DECLARAÇAO FINAL DA XVII BRIGADA SUL-AMERICANA DE TRABALHO VOLUNTARIO E SOLIDARIDADE COM CUBA


A XVII Brigada Sul-americana de Trabalho Voluntario e Solidariedade com Cuba, no marco da comemoração dos 50 anos do ICAP, deseja reconhecer seu esforço para integrar os povos latino-americanos dentro do espírito fraterno e dos princípios mais elevados da revolução cubana.

Esta brigada deseja dar um abraço fraterno ao heróico povo cubano, base e condição necessárias da revolução, organizado e mobilizado para consolidar e aprofundar o processo revolucionário.

Nesse sentido, repudiamos o bloqueio estadunidense a Republica de Cuba e exigimos sua suspensão, dadas suas características beligerantes e criminosas, que afetam gravemente o povo cubano e cujo fundamento não tem justificativa no direito internacional senão a provocação política e sua ação imperial.

Exigimos a retirada de Cuba da lista dos 14 países denominados terroristas, posto que o mesmo povo cubano apenas tem sido vitima desses atos. Ao mesmo tempo que outros países, como os EUA, praticam o terrorismo de Estado e encobrem agentes do terrorismo internacional. Nesse sentido, denunciamos o injusto e ilegal aprisionamento dos cinco heróis cubanos que lutam contra o terror e exigimos sua imediata libertação.

Postulamos a necessidade de contrapor à ofensiva midiática que estabelece uma hegemonia ideológica e cultura que oculta o caráter histórico do capitalismo e o apresenta como único sistema possível, distorcendo os êxitos e alcances do sistema alternativo cubano.

Condenamos também as múltiplas expressões do imperialismo em nossa America Latina, especialmente o golpe de Estado em Honduras, as bases militares na Colômbia e o ameaça militar da IV frota naval da armada estadunidense nas costas sulamericanas.

Expressamos nossa solidariedade com o povo haitiano e apoiamos a iniciativa internacionalista cubana de enviar médicos a este país. Nesse sentido, denunciamos a intervenção militar dos EUA, disfarçada de ajuda humanitária, que aproveita a catástrofe natural que devastou a estrutura social e econômica do país irmão para impor sua política de dominação sobre nosso continente.

Rechaçamos todos os mecanismos que destroem os laços de solidariedade entre os países latino-americanos, como o caso panamenho, que impediu a continuidade da Missão Milagro em seu território.

Consideramos de vital importância continuar fortalecendo o processo de integração anti-imperialista e popular plasmado principalmente na Alternativa Bolivariana das Américas (ALBA) que aparece em nossa querida America Latina como farol de esperança dos povos oprimidos que buscam sua libertação.

Nos comprometemos a promover o socialismo como projeto humano alternativo ao modelo capitalista que coloca o mercado e a ganância acima das pessoas, esgotando os bens naturais e ameaçando da própria espécie. Instamos a seguir à luz do exemplo cubano em sua dignidade para enfrentar a pressão imperial, mantendo os plenos direitos sociais e sendo solidário com os povos do mundo para conquistar o pleno desenvolvimento do ser humano.

Para conseguirmos isso, os participantes da XVII Brigada se comprometem a:

1 – Realizar em todos os nossos países encontros anuais de solidariedade com Cuba com o objetivo de unificar e organizar as lutas a nível nacional e latino-americano;

2 – Criar comitês locais e regionais contra o bloqueio e em defesa dos cinco heróis cubanos, promovendo ações de propaganda e outras atividades como envio de correspondências a juízes e congressistas norte-americanos;

3 – Criar frentes parlamentares de apoio a Cuba;

4 – Criar, fortalecer e utilizar meios de comunicação com o objetivo de romper o bloqueio midiático e denunciar qualquer campanha anticubana.

Pelo sangue derramado pelos nossos heróis, por cada aula libertadora, por cada mao calejada e trabalhadora, por cada braço estendido pela unidade latino-americana, porta nossa luta incansável pela soberania e pela autodeterminação, nosso lema é VIVA A REVOLUÇÃO!

VIVA FIDEL!
VIVA RAUL!
VIVA SOCIALISMO!
PATRIA OU MORTE, VENCEREMOS!

Caimito, 5 de fevereiro de 2010.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A visão d@s cuban@s sobre a situação no Haiti



Tod@s em Cuba, do médico ao camponês, comentam sobre o terremoto e a sua consequência para o Haiti e para o seu povo e como a América se relaciona com o fato e se orgulham ao dizer que existem hoje cerca de 400 cuban@s em missão médica no Haiti, dentre médic@s, enfermeir@s, dentistas, etc.

Segundo Fidel Castro, Cuba dá o que tem de melhor, e não o que tem de sobra, quando se referiu a solidariedade do povo cubano com o povo haitiano. Ou seja, Cuba não ofereceu equipes médicas porque sobram médic@s, enfermeir@s ou dentistas para atender a sua população, mas sim porque isso é o que, nesse momento, de melhor se pode oferecer ao Haiti.

Ao mesmo tempo em que os cubanos se enchem de orgulho ao poder dizer que estão contribuindo com o Haiti neste momento difícil, eles não deixam escapar a oportunidade de criticar a atuação dos EUA na Amèrica Latina e, especificamente, neste momento, a forma como tem “contribuído” ao Haiti, principalmente após o terremoto.

A política de apoio estadunidense mais intensa tem sido de envio de tropas militares para reestabelecer a “ordem”. O que talvez ocorra pelo mesmo fato porquê Fidel disse que Cuba enviou médicos. Se os EUA possuem a maior força militar do mundo, é isso então o que de melhor se tem para oferecer. Certo? Errado! Longe de passar por uma idéia ingênua como essa, o povo cubano vê a politica de apoio dos EUA como uma estratégia militar.

O territòrio haitiano, pelo fato de estar localizado muito próximo à Cuba e à Venezuela, ou seja, próximo aos dois principais países de resistência antiimperialista, é, protanto, um território estratégico. Assim como a Colômbia, onde estão sendo construídas 7 bases militares estadunidenses com armamento de ponta.

Desta forma, o povo cubano também não se ilude com o Governo Obama pelo fato de pretender devolver a base de Guantánamo. Ocupar o Haiti se tornou uma estratégia muito melhor do que manter uma dominação de Guantánamo, uma vez que a devolução já deveria ter sido efetuada há 10 anos (o contrato era de 100 anos e já se passaram 110).