"A cabeça pensa onde os pés pisam" Paulo Freire

segunda-feira, 15 de março de 2010

A chegada na Venezuela e o nosso primeiro dia - 19/02/2010

Cegamos em Caracas - Venezuela com um contato que Juan Carlos, diretor do acampamento em Cuba, havia nos passado. Ela se chama Rosalinda e é do Movimento de Solidariedade com Cuba da Venezuela. Já tinhamos trocado um e-mail com ela e haviamos pegado o seu telefone.

Depois de muito esperar no aeroporto para saber o que fazer, pegamos um ônibus em direçao ao centro de Caracas. A ideia era ir até uma universidade conhecer algumas pessoas e de lá ligar para Rosalinda para saber se ela poderia nos ajudar.

Já no onibus conversamos com uma menina que se demonstrou disposta a nos ajudar e emprestou o seu celular para falarmos com Rosalinda. Sem sucesso.

Descemos então em um ponto próximo ao metrô. De lá fomos preguntando como chegar à Universidade Bolivariana da Venezuela, pois pensamos que conhecendo estudantes ou alguna organizaçao estudantil, descobriríamos aonde ficar, aonde comer, etc.

Chegando na Universidade Bolivariana fomos em busca de alguma organização estudantil. Depois de perguntarmos para várias pesoas, fomos direcionados ao oitavo andar do predio, aonde existia um orgão que se chama Desarollo Estudantil, que depois fomos descobrir que é a instituição que reune estudantes, professores e funcionarios da universidade para discutir diversos temas e as questões da universidade.

Lá, explicamos à Daiane e Carmem, que trabalham nesse orgão, a nossa situação e condição. De imediato elas começaram a procurar as formas de nos ajudar e ligaram para Rosalinda, dizendo da nossa chegada.

Depois de um dia inteiro de correria para sabermos aonde ficar, conseguimos ficar improvisados em uma sala de aula com colchonetes e tomar banho no vestiario dos trabalhadores da segurança da universidade.



Rosalinda passou no final da tarde para nos conhecer e nos levou para jantar em sua casa. Conversamos sobre Brasil, Venezuela, Chavez, Revoluçao Bolivariana, Cuba etc.

Voltamos entao para a universidade e fomos dormir.

domingo, 7 de março de 2010

Nota sobre o Chile

Estamos longe em distancia e tempo do Chile, mas o terromoto e suas consequencias chegam até nós diariamente, seja por jornais impressos ou televisivos, por conversas, etc.
Vale lembrar que notícias do Haití também são frequentes aqui.
Diferente do que passa no Brasil, sentimos que a solidariedade é maior do que a pena, e que a luta pelo reconstrução dos dois países e pela garantia dos direitos de seus habitantes existe por aqui como uma forma de construção da Grande Nação LatinoAmericana - proposta por Bolivar.

Também por isso achamos necessária uma postagem sobre esse assunto, pois o que dá o maior sentido a nossa viagem é o sonho de uma Grande Pátria Socialista LatinoAmericana.

Encontramos um pedaço de um jornal num gramado da Universidade Central da Venezuela em que tem uma reportagem que aborda um tema pouco discutido e fundamental para explicar o que foi dito acima.

Fizemos uma tradução de algumas partes.

O periódico parece se chamar Revolución a diario
e o nome da matéria é Terremoto, Capitalismo e Socialismo
do dia 02 de março de 2010
é de Rómulo Pardo Silva


A reposta nacional ao desastre tem sido a do sistema capitalista votado por 90% dos eleitores.
É importante tomar o doloroso acontecimento como uma demonstração do que a burguesia pode fazer em casos como esse.

TUDO PRIVATIZADO
No país capitalista é percebida uma falta de autoridade que conduza sem vacilações a admnistração necessária.
É compreensível. Os políticos da burguesia nos cargos do Estado compartem com os empresários as decisões. Esse é seu compromisso.
Paralelamente o Estado carece de meios próprios para agir.
Falta água potável para os afetados, a empresa é privada e não é dotada de meios para produzir energia para bombeá-la. Milhares de pessoas não tem onde comprar alimentos, os supermercados são privados e seus donos decidiram nao abrí-los. As comunicações falharam, as empresas são particulares e não instalaram geradores a petróleo para emeregencias.
Não se pode viajar nem desde, nem para as zonas afetadas, os donos dos onibus não permitem, mesmo que haja estradas com problemas, mas disponíveis.
Necessita-se reparar estradas, o ministro entrega aos concessionários essa missão...
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A ação do Estado chileno, ao colocar o exército nas ruas com o objetivo de aquietar a gente, evitando com violencia a onda de revolta e desespero que toma a população atingida e que se manifesta também em forma de saques - completamente legitimos na nossa visão -, mostra que o que se defende é a propriedade privada e os privilégios de quem a detém e não os interesses da população - mesma ação vista no Haití após o terremoto, onde pessoas que estavam saqueando foram assassinadas por soldados.

Não poderia haver um melhor lugar para se perceber tamanha contradição entre discurso daqueless que defenderam e defendem a iniciativa privada e as maravilhas do livre-mercado e a realidade. É, nesse momento, no Chile, a sede de experimentacoes de politicas economicas e sociais que convencionou-se chamar de neoliberais pelo seu caráter, que a iniciativa privada mostra o quão ineficiente, escrota e injusta ela é, principalmente quando se trata de monopólio dos bens essenciais para a vida, como a água e a comida.

quinta-feira, 4 de março de 2010

A quarta semana em Cuba e a partida

Depois de uma semana no acampamento em Caimito, decidimos ir para Havana.

O Franco conseguiu um contato em Havana com a Amanda e a Giovana, brigadistas de Campinas, em uma organização que poderia nos receber: a OCLAE - Organizaçao Continental Latino Americana e Caribenha de Estudantes (http://www.oclae.cu).

Depois de muitas tentativas, no ultimo dia antes de partirmos do acampamento, conseguimos fazer o contato com a OCLAE e disseram que poderiam nos receber.

Saindo de Caimito, resolvemos passar antes no pequeno hospital da cidade pois o Daniel estava com sintomas de gripe. Fomos atendidos rapidamente e por lá permanecemos por 2 horas (não na fila, como ficaríamos no Brasil). Isso porque fizeram todos os exames possíveis no seu corpo. Diagnosticada a gripe, saímos com uma receita médica de um antibiótico que deveria ser comprado em um famácia, que é estatal e onde os remédios são subsidiados.

Do hospital pegamos um "camiñon" e partimos para Havana. Chegando lá fomos recebido pelo Renan, estudante amazonense que trabalha na OCLAE representando a UNE-Brasil em Cuba. Fomos muito bem recebidos e demos sorte de ter um quarto vazio com quatro camas por lá. Junto conosco estavam o Franco, que nesse momento já havia desistido de seguir conosco, e o Umesh, um neozeolandes estudante de economia que havia feito a brigada com o grupo A e que se tornou nosso amigo.

Não tínhamos nada muito planejado para esses dias em Havana. Nossa meta era tentar estender o visto, que vencia dia 23/02, para conseguir ficar no congresso que se iniciaria dia primeiro de março. Porém, estender o visto implicava em um custo que o nosso orçamento não comportava. Por isso decidimos seguir para a Venezuela até o dia 23/02.




Em meio a passeios por Havana, fomos à Universidad de La Habana e na XIX Feria Internacional del Libro (a entrada foi presente do Franco, porque consideramos muito caro para o nosso orçamento restrito. VALEU FRANCO!!!). Lá encontramos livros muito baratos com média de preço de R$1.20. O baixo preço nos custou carregar uma pesada mochila e a sua alça que começou a rasgar. Lá conhecemos também um engenheiro cubano e passamos alguns minutos conversando com ele sobre política, Brasil e futebol. Entre todos cubanos, ele foi mais um que relatava com orgulho o fato de não haver violëncia em Cuba, de todos terem acesso a educação superior e à saúde.







Mais tarde descobrimos que infelizmente não havia vôo para Caracas no dia 23. Só havia vaga no voö do dia 19. Por isso tivemos que adiantar nossa saída.

No último (pelo menos dessa viagem) dia em Cuba, dedicamos a nos despedir das uruguaias, com quem nos juntamos para passear por havana, e a uma interessantíssima conversa com Guillermo Arias Beaton, pscicócolo e professor da Faculdade de Psicologia da Universidade de Havana.

Nosso principal interesse era conhecer o modelo de educação cubano, uma vez que ele havia trabalhado no Ministério da Educação na década de 1980 e ajudado na constituição da educação cubana nesse período.

Infelizmente a nossa conversa durou apenas 30 min. Isso porque ele havia perdido um amigo e necessitava ir ao enterro e estava cheio de consultas para fazer. Mesmo assim, perdeu seu almoço para dedicar esses 30 min a nós.

Em meio a nossa breve, mas muito proveitosa conversa, Guillermo nos contou de como não só houve uma preocupação com a mudança do conteúdo nas escolas, mas também da forma, o que se aproximava muito dos estudos de Paulo Freire. Novos valores foram criados na sociedade cubana através da educação, em que a vontade coletiva é soberana em relação a um interesse individual.

O professor nos contou que após o período especial (crise pós queda da União Soviética) a estrutura educacional em Cuba sofreu um forte abalo. Porém, segundo ele, esse problema já foi constatado e medidas de melhor preparação dos professores e de resgate de algumas pessoas com experiência na área educacional já estão encaminhadas.

Chegado o dia 19, nos despedimos do Umesh e fomos rumo ao aeroporto de madrugada com medo de perder o vôo que sairia as 7h15. Após 4 horas entre caminhadas, esperas pelos ônibus e mais uma longa caminhada com a mochila (um tanto quanto pesada) nas costas para achar o aeroporto, subimos cerca das 7h no avião e partimos rumo à Venezuela.

quarta-feira, 3 de março de 2010

A terceira semana em Cuba

No último dia da brigada, pegamos uma carona no ônibus que levaria as delegações dos países para Havana. Lá fomos encontrar com o prof. Reynaldo Feijó, um professor de inglês, membro do Partido Comunista Cubano e que trabalhava no ICAP, uma vez que o Rafael Moya tinha nos passado seu contato e disse que seria uma boa pessoa para se conversar.

Após ligarmos para ele e combinado um local, nos encontramos e fomos até a escola de idiomas aonde ele dá aulas.

Sem muitas perguntas prontas, mas com muitas dúvidas e inquietações, começamos uma conversa que durou a tarde toda. Ficamos mais ou menos 4 horas falando sobre Cuba, Brasil, América Latina, Cultura, Revolução Cubana, etc.

Feijó já foi algumas vezes ao Brasil e conhecia muito daqui e em um momento em que falavamos de uma possivel revolução no Brasil ele nos disse que para que isso fosse possível, seria necessário DESnovelizar (as novelas brasileiras são muito assistidas em Cuba), DEScarnavalizar e DESfutebolizar o Brasil. Tarefa difícil.

Bom, a conversa foi muito boa e longa. credito que não seja possível escrever todas as dicussões que tivemos ao longo dessas 4 horas. Mas com ceteza as idéias debatidas estarão dissolvidas ao longo das reflexões no blog.

Depois de quase duas semanas participando da brigada, resolvemos ficar em Cuba por mais algum tempo, desde que a nossa restrição financeira (de U$100 por mês no máximo) permitisse (a idéia era ficar até 5 de março para participar de um encontro internacional de economia em Havana).

Após uma palestra sobre o ICAP, ainda na brigada, o Franco, que nesse momento pretendia abandonar a sua rotina para seguir viagem conosco, conversou com a presidente do instituto e ela gentilmente nos convidou a ficar por mais uma semana no acampamento.



Decidimos então permanecer no acampamento e aprofundar o nosso conhecimento sobre as organizações que haviamos conhecido durante a brigada em Caimito mesmo, e se necessário, ir a Havana, que ficava a apenas 40 minutos de ônibus. Durante essa semana a mais no acampamento, conhecemos melhor a ANAP(Associación Nacional de Agricultores Pequeños), a FMC (Feredación de Mujeres Cubanas) e a UJC(Unión de Jovenes Comunistas).

Na ANAP falamos com a presidente da associação em Caimito e ela nos esclareceu sobre o funcionamento da associação e sobre a divisão em dois tipos de cooperativas agrícolas: Cooperativa de Produção Agrícola (CPA), em que há uma maior participação do Estado, e a Cooperativa de Crédito e Seviço Fortacelida (CCSF), em que a produção é mais autônoma.

Foi nessas conversas, na ANAP e nas cooperativas, que começamos a conhecer um pouco da história e da atualidade do setor rural. O governo cubano tem incentivado recentemente a volta da população urbana para o campo a fim de aumentar a produção de alimentos. Descobrimos também que houve um aumento significativo da produção de leite, e que as crianças possuem preferência no consumo dessa produção, independente da renda familiar.

Na Federação de Mulheres Cubanas fomos recepcionados por Virgen, a presidente. Muito simpática, ela nos explicou um pouco do papel da associação para a revolução e para a luta das mulheres pela igualdade de direitos.

Fundada por Vilma Castro no início da revolução, a federação conta hoje com cerca de 4 milhões de mulheres acima de 14 anos (o total da população cubana é de 11 milhões) filiadas. O seu papel principal é lutar pelos direitos das mulheres, que hoje está muito focado na representatividade na assembléia nacional e nos cargos políticos, e na formação política sobre as questões de gênero, tanto para mulheres, como para homens.

Fomos também em Caimito a uma reunião da Federação em que se pretendia rearticular o grupo do quarteirão (todo quarteirão é um núcleo organizado), onde se discutiu quem seriam as responsáveis pelo núcleo e sobre os cursos que estão sendo oferecidos para as mulheres. Acabada a reunião, todas foram a casa de uma mulher que não havia comparecido a reunião para saber o que aconteceu e se ela queria participar do núcleo.



Na UJC conversamos com a presidente da união, que também nos explicou o seu funcionamento, o seu papel fundamental para o estímulo de debates políticos entre os jovens e para a participação dos jovens na construção da Revolução.

terça-feira, 2 de março de 2010

XVII Brigada Sul-Americana de Trabalho Voluntário e Solidariedade com Cuba

Nesta brigada sul-americana estavam presentes brasileiros, uruguaios, argentinos, chilenos, cubanos (obviamente) e um neozeolandes penetra. Havia mais de 300 brigadistas.

O início da brigada foi marcado por uma festa de recepção.

Já no segundo ou terceiro dia, fomos separados em dois grupos. O nosso, o grupo B, foi em direção ao Hotel onde ficaríamos hospedados, perto de onde ocorreriam nossas atividades, na cidade de Cienfuegos.

No caminho paramos em Santa Clara, conhecida como a cidade do Che, para conhecermos o museu que existe em sua homenagem e onde está enterrado seu corpo e de vários guerrilheiros de sua frente, além de vários itens pessoais.





Conhecemos também o monumento em comemoraç
ão ao descarrilamento do trem blindado, marco da Revolução Cubana, uma vez que simbolizou a força da guerrilha e foi uma ótima fonte de abastaecimento bélico.



Trator responsável pelo feito

Ao final do dia chegamos ao Hotel Pasacaballo, um hotel chique. Digamos que foi um choque. Como poderia haver um hotel com tanto conforto em Cuba, onde os recursos são tão escassos? Foi ai que começamos a nos perguntar sobre porquê há tanto investimento no turismo, se isso é realmente necessário e até que ponto é prejudicial (ler texto posterior que fala sobre a economia cubana).

No dia seguinte a chegada em Cienfuegos, fomos a uma cooperativa agrìcola fazer trabalho voluntário e conhecer um pouco da sua estrutura e os trabalhadores. Lá conhecemos Maximus, um agricultor que sabia mais de Brasil do que nós mesmos.

Logo largamos um pouco o trabalho e começamos a conversar com ele. Em meio a conversa, muitas surpresas. Perguntamos sobre o MST e ele nos disse que conhecia bem. Ele havia conhecido na escola todos os movimentos sociais da América Latina. Aliás, a sua capacidade de compreens
ão política nos mostrou que ele possuia uma análise muito mais complexa do Brasil do que nós mesmos.
Sobre Cuba, dentre várias outras coisas, nos disse que hoje há um problema que os jovens não querem permanecer no campo, como por exemplo os seus 3 filhos, em que um estuda medicina, outro engenharia da computação, e sua filha que ainda está no ensino médio.




No dia 28/01, dia seguinte, fomos à uma cidade histórica, que hoje é muito frequentada pelos turistas, que chama Trinidad.

Nossa passagem por la foi relativamente breve. Porém, suficiente para gerar novas inquietaç
ões em relação ao turismo. Conhecemos alguns monumentos históricos e partimos.




Durante nossa estadia em Cienfuegos fizemos várias atividades como: conhecer o Comitê de Defesa da Revoluç
ão (CDR), que é uma organização responsável por atividades (eleição, debates, lazer, etc.) de cada quarteirão em todo o país (existe um CDR em cada quarteirão do território cubano, em que a direção é eleita pelos moradores), fomos à praia, conhecemos uma escola de artes e a famoza escola de medicina, conhecemos a refinaria que está sendo reativada após um projeto da ALBA, etc. Seguem algumas fotos dessas atividades:













Durante todos esses dias estivemos em um ônibus com uruguaios, com quem fizemos amizade. Foi bom também para afinarmos o nosso espanhol.



Acabados os dias de mordomia, em um hotel de algumas estrelas, voltamos ao Acampamento.

Durante os últimos dias da brigada, houve ainda diversas atividades, como a palestra de um deputado e de uma economista, conversas com integrantes da Uni
ão de Jovens Comunista, da Central dos Trabalhadores Cubanos, da Federação de Mulheres Cubanas, além de mais trabalho voluntário em cooperativas agrícolas, como tirar pedras do terreno para passar o arado e carpir.

Houve um dia que fomos a Havana para passear. Lá conhecemos o Museu da Revoluç
ão e a Famosa Praça da Revolução, aonde está o rosto do Che em um edifício. Na volta, por conta da nossa incapacidade de compreensão do espanhol, erramos o horário do ônibus e tivemos que pegar um taxi. Lá se foram U$30.





Vale aqui destacar o papel fundamental do maior elemento de integração latino-americana: o futebol. Através dele conhecemos muita gente e fizemos algumas amizades. Inclusive com argentinos.

Passados os dias de atividades e trabalho, a brigada chegava ao fim. Nos juntamos novamente com o grupo A e houve uma festa de despedida em que cada país apresentou um pouco de sua cultura.




Seguem algumas fotos para recordação do Acampamento















Partida do Brasil, chegada em Cuba

Dia 23 de janeiro de 2010 chegamos cedo à Guarulhos, onde encontramos com o terceiro elemento: Franco. Finalmente então, às 23h30 começamos nossa viagem.

Tirando o fato de termos ficado presos no elevador em Cumbica, a ida até Caracas, onde faríamos uma escala de várias horas, foi relativamente tranquila.

Já o trajeto Caracas-Havana n
ão foi tão tranquilo. Não sabemos porquê, mas o piloto aterrisou com manobras um tanto quanto arrojadas.

Enfim, em Cuba.

Já no aeroporto havia um pessoal do ICAP (Instituto Cubano de Amizade entre os Povos), responsáveis pela Brigada, e um ônubus nos esperando para levar a caravana de brasileiros ao CIJAM (Campamento Internacional Julio Antonio Mella - Importante figura histórica do Movimento Estudantil Cubano) na cidade de Caimito.

Enfim, no acampamento.






Porquê

Depois de alguns pedidos, e pela facilidade de usar a internet pós-Cuba, decidimos fazer relatos semanais sobre a nossa viagem. Porém, antes de começar a relatar nossa viagem, seria mais interessante começar realmente do começo.

Eu e Daniel nos conhecemos em 2005 no cursinho em Santos. Ficamos ainda mais próximos, pois participávamos do Movimento pela Redução da Tarífa (hoje MPL-Santos) que lutava pela redução do preço da passagem do ônibus, que na época havia subido para R$2,00. Logo, ficamos muito amigos.

Depois de muita discussão política e um pouco inspirados na famosa viagem de Che e Granado pela América do Sul, decidimos fazer algo semelhante a esta viagem, de forma a conhecer de perto a realidade de cada país e, no final, conseguir compreender se há uma unidade ou um processo em comum entre os países da América Latina.

Pensamos então em fazer essa viagem em 2010. O seu trajeto inicial era sair pelo Paraguai até a Venezuela, de onde voltaríamos de avião. Porém, em uma conversa ao acaso com Rafae Moya, descobrimos a possibilidade de ir para Cuba em janeiro de 2010 participar de uma brigada de solidariedade com Cuba. Decidimos então em começar por Cuba e depois ir descendo os países até o Paraguai.

Em 23 de janeiro de 2010, finalmente, iniciamos a nossa jornada "em busca da América Latina".