"A cabeça pensa onde os pés pisam" Paulo Freire

domingo, 16 de maio de 2010

ÁvilaTV, Mercal, 13 de abril e Bicentenário

Após nossa Semana Santa de ócio, voltamos a um pouco de agitação.

No 5 de abril fomos conhecer, levados pela Bruna, a ÁvilaTV. A Ávila é uma espécie de MTV (em seu formato) só que diferente desta, ela é politizada. O seu público é de jovens e está ativamente tratando e participando dos assuntos revolucionários com músicas, documentários, programas de debate, filmes, noticias, etc..





No dia seguinte fomos finalmente conhecer por dentro um Mercalito (mercado que faz parte da Missão Mercal, que constitui em mercados por toda a Venezuela com alimentos básicos a metade do preço dos mercados privados) e fazer algumas compras, já que o refeitório da UBV está em reformas e agora teremos que cozinhar todos os dias pra economizar.

Compramos macarrão, leite em pó, molho de tomate, sardinha, atum, carne, açúcar, uma latinha de suco, presunto moido, arroz e lentilha. Tudo deu BsF$50,09 o equivalente a 5% do salário mínimo. Acho que com 5% do salário mínimo no Brasil, por volta de R$25,00 não se compra nem a metade disso.

Dia 8 logo pela manhã ajudamos a lavar o dormitório em que estamos (nada mais justo..) e fomos a uma atividade cultural na UCV em que houve música na parte da universidade que se chama "terra de ninguém" e a qual tinha como objetivo chamar a atenção dos estudantes para os problemas da universidade e denunciar a falta de democracia interna e a tentativa da reitoria de expulsar alguns estudantes.



A noite chegou Niño, motorista da universidade, no alojamento e brinquei que ele chegou muito tarde e estava trabalhando muito. Ele então disse que a função dele era levar os estudantes com segurança para suas casas e que esse sacrifício, de trabalhar mais do que 8 horas, era pela Revolução. Ele antes era motorista da Coca-Cola. Ta aí uma lição que já havíamos aprendido em Cuba.

No dia seguinte fomos jantar com o professor de economía da UFSC, Nildo Ouriques, que estuda América Latina e está realizando um trabalho no Banco Central da Venezuela até julho. Depois de uma ótima conversa sobre economía, universidade, política, Venezuela, América Latina e futebol, de algumas cervejas e de uma ótima empanada espanhola, voltamos para a universidade para dormir.

Na semana seguinte, iniciada dia 12, participamos de uma feira cultural na UBV. Lá finalmente vendemos nossas pulseiras e fizemos alguns brigadeiros para dar um troco também. Em 5 dias de feira conseguimos fazer uns 65 dólares. Percebemos que seria difícil viver disso, mas ajudou bastante nosso orçamento.

No dia 13 fomos à manifestação em memória da vitória popular de retomar o poder após um golpe no dia 11/04/02, e que, junto com o apoio de boa parte do exército, reempossou o Chávez, que em momento algum renunciou, aonde haviam cerca de 30 mil milicianos armados mais toda a popualação ouvindo o discurso do Chávez e mostrando à oposição que o povo e o governo não aceitarão mais golpes como os que ocorreram entre as décadas de 1960 e 1980 em toda a América Latina, e como ocorreu ano passado em Honduras. Para o povo venezuelano, "todo onze tem o seu treze". (assistir o documentário "A revolução não será televisionada")

Depois de várias atividades, no final da semana fomos à conferência de inauguração do jornal "Luta de Classes" da Corrente Marxista Internacional, com a presença de Alan Woods.

Dia 19/04/2010 fomos ao desfile de comemoração de 200 anos de independência do território venezuelano em relação à Espanha. Ao lado dos presidentes dos países amigos componentes da ALBA, como Cristina Fernandes, Raul Castro, Evo Morales, Rafale Correa, Daniel Ortega, etc., Chávez falou do tema e insistiu de que o processo de independência ainda não está terminado e da importância da união dos países caribenhos e latinoamericanos para que se tenha um dia uma América do Sul unida e soberana.







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