"A cabeça pensa onde os pés pisam" Paulo Freire

terça-feira, 2 de março de 2010

XVII Brigada Sul-Americana de Trabalho Voluntário e Solidariedade com Cuba

Nesta brigada sul-americana estavam presentes brasileiros, uruguaios, argentinos, chilenos, cubanos (obviamente) e um neozeolandes penetra. Havia mais de 300 brigadistas.

O início da brigada foi marcado por uma festa de recepção.

Já no segundo ou terceiro dia, fomos separados em dois grupos. O nosso, o grupo B, foi em direção ao Hotel onde ficaríamos hospedados, perto de onde ocorreriam nossas atividades, na cidade de Cienfuegos.

No caminho paramos em Santa Clara, conhecida como a cidade do Che, para conhecermos o museu que existe em sua homenagem e onde está enterrado seu corpo e de vários guerrilheiros de sua frente, além de vários itens pessoais.





Conhecemos também o monumento em comemoraç
ão ao descarrilamento do trem blindado, marco da Revolução Cubana, uma vez que simbolizou a força da guerrilha e foi uma ótima fonte de abastaecimento bélico.



Trator responsável pelo feito

Ao final do dia chegamos ao Hotel Pasacaballo, um hotel chique. Digamos que foi um choque. Como poderia haver um hotel com tanto conforto em Cuba, onde os recursos são tão escassos? Foi ai que começamos a nos perguntar sobre porquê há tanto investimento no turismo, se isso é realmente necessário e até que ponto é prejudicial (ler texto posterior que fala sobre a economia cubana).

No dia seguinte a chegada em Cienfuegos, fomos a uma cooperativa agrìcola fazer trabalho voluntário e conhecer um pouco da sua estrutura e os trabalhadores. Lá conhecemos Maximus, um agricultor que sabia mais de Brasil do que nós mesmos.

Logo largamos um pouco o trabalho e começamos a conversar com ele. Em meio a conversa, muitas surpresas. Perguntamos sobre o MST e ele nos disse que conhecia bem. Ele havia conhecido na escola todos os movimentos sociais da América Latina. Aliás, a sua capacidade de compreens
ão política nos mostrou que ele possuia uma análise muito mais complexa do Brasil do que nós mesmos.
Sobre Cuba, dentre várias outras coisas, nos disse que hoje há um problema que os jovens não querem permanecer no campo, como por exemplo os seus 3 filhos, em que um estuda medicina, outro engenharia da computação, e sua filha que ainda está no ensino médio.




No dia 28/01, dia seguinte, fomos à uma cidade histórica, que hoje é muito frequentada pelos turistas, que chama Trinidad.

Nossa passagem por la foi relativamente breve. Porém, suficiente para gerar novas inquietaç
ões em relação ao turismo. Conhecemos alguns monumentos históricos e partimos.




Durante nossa estadia em Cienfuegos fizemos várias atividades como: conhecer o Comitê de Defesa da Revoluç
ão (CDR), que é uma organização responsável por atividades (eleição, debates, lazer, etc.) de cada quarteirão em todo o país (existe um CDR em cada quarteirão do território cubano, em que a direção é eleita pelos moradores), fomos à praia, conhecemos uma escola de artes e a famoza escola de medicina, conhecemos a refinaria que está sendo reativada após um projeto da ALBA, etc. Seguem algumas fotos dessas atividades:













Durante todos esses dias estivemos em um ônibus com uruguaios, com quem fizemos amizade. Foi bom também para afinarmos o nosso espanhol.



Acabados os dias de mordomia, em um hotel de algumas estrelas, voltamos ao Acampamento.

Durante os últimos dias da brigada, houve ainda diversas atividades, como a palestra de um deputado e de uma economista, conversas com integrantes da Uni
ão de Jovens Comunista, da Central dos Trabalhadores Cubanos, da Federação de Mulheres Cubanas, além de mais trabalho voluntário em cooperativas agrícolas, como tirar pedras do terreno para passar o arado e carpir.

Houve um dia que fomos a Havana para passear. Lá conhecemos o Museu da Revoluç
ão e a Famosa Praça da Revolução, aonde está o rosto do Che em um edifício. Na volta, por conta da nossa incapacidade de compreensão do espanhol, erramos o horário do ônibus e tivemos que pegar um taxi. Lá se foram U$30.





Vale aqui destacar o papel fundamental do maior elemento de integração latino-americana: o futebol. Através dele conhecemos muita gente e fizemos algumas amizades. Inclusive com argentinos.

Passados os dias de atividades e trabalho, a brigada chegava ao fim. Nos juntamos novamente com o grupo A e houve uma festa de despedida em que cada país apresentou um pouco de sua cultura.




Seguem algumas fotos para recordação do Acampamento















6 comentários:

  1. Entao eh verdade que os cubanos sao, em sua maioria, politizados, ou esse cara eh um ponto fora da curva?
    Contem mais sobre as pessoas de Cuba! Pelo menos das pessoas que voces conheceram. Voces conhecerem cubanos fora da Brigada? Eles tambem sao politizados?

    Gostei de perceber, em uma outra publicacao do blog, que os cubanos enviaram para o Haiti o que eles tinham de melhor, e nao o que estava sobrando. Grande exemplo!

    Abracos
    Gabriel

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  2. o blog ta mais de um mes atrasado gabs.. vamos tentar atualizar o mais rapido possivel.. e tentaremos falar mais d@s cuban@s..

    e eles sao bem politizados.. pelo menos dos que conhecemos, todos eram.. teve um taxista que começou a falar de Brasil e conjuntura mundial..

    bom, siga os proximos capitulo.. ehhe

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  3. Deve ser um saco ficar respondendo esses comentários, mas não pude deixar de citar: "Vale aqui destacar o papel fundamental do maior elemento de integração latino-americana: o futebol". Um dia o GEPES de Gênero vai entender isso e superar a, insuficiente, comparação com a novela.

    Abração Theo, boa viagem pra vocês!

    Namuras

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  4. Po, fiquei curioso pra conhecer a figura do Maximus, não conseguiram tirar foto com ele?

    E realmente é bom poder observar diretamente sentidos outros que normalmente não enxergamos nas coisas... O futebol como matéria pra integração, tem muito a ver com o aspecto social que o esporte pode adquirir...

    Abraços!
    Continuem a jornada.

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  5. Pois é Namuras, essa parte foi inspirada na discussao daquele dia e na percepçao de que para alem do brasil, o futebol é um elemento de integraçao para todo o mundo.. inclusive em cuba que eles gostam muito mais de beisibol..

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  6. Sobre a foto do Maximus, Ciro, incialmente pensamos em nao tira-la.. isso pq a relaçao que o pessoal estava estabelecendo com os cubanos era muito de turismo mesmo.. tipo: "olha o campones cubana que eu conheci".. inclusive, enqaunto estavamos conversando com ele, chegou um braisleiro do nada e em alguns segundos ja pediu para tirar uma foto com ele sem ao menos saber o seu nome..

    bom, depois acabamos tirando uma foto com ele pq nos tornamos amigos.. so que a foto esta na camera do franco e ele ainda nao nos enviou nenhuma foto..

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